Por que o teclado apita quando você aperta muitas teclas?
Saiba mais sobre esse problema que atrapalha especialmente os gamers.
O “Ghosting” ou efeito “Ghost” é um problema caracterizado pelo fato de um teclado não funcionar quando um comando exige que múltiplas teclas sejam pressionadas ao mesmo tempo. Com isso, ele pode simplesmente não reconhecer que uma tecla foi apertada e cancelar uma ação solicitada pelo usuário.
É dito que essas teclas que foram pressionadas e “não aparecem” foram “ghosted” (ou, “viraram fantasmas” em uma tradução livre). Este problema ocorre porque muitos teclados não têm a capacidade de captar e interpretar corretamente comandos nos quais é necessário pressionar várias teclas de uma só vez.
Isso acontece pela maneira na qual os teclados são produzidos. Em sua grande maioria, por baixo das teclas eles são pouco mais do que uma pilha de lâminas de plástico com fios conectados nas linhas e colunas.
Então, ao se pressionar mais do que duas teclas ao mesmo tempo (especialmente se duas estiverem na mesma linha e a outra na mesma coluna, por exemplo), faz com que os teclados tenham dificuldade em distinguir quais foram todas elas.
Nesses casos, muitas vezes somente as duas primeiras são reportadas, enquanto as outras viram fantasmas (ou ficam “ghosted”). Entretanto, não é porque uma combinação de cinco teclas não funciona que todas não funcionarão. Para ilustrar melhor, a Microsoft criou um pequeno aplicativo para testar se o seu teclado está com “Ghosting”. Confira abaixo!
O “Ghosting” também pode ser causado por outros motivos além das limitações do hardware como o software no computador ser incapaz de interpretar a combinação de teclas. Além disso, também é bom verificar se a culpa não é do protocolo de comunicação entre os dois.
O efeito costuma atrapalhar especialmente usuários de jogos, que muitas vezes precisam recorrer aos comandos envolvendo várias teclas. Entretanto ele pode ser completamente inofensivo e até mesmo passar despercebido para quem costuma utilizar apenas programas de editor de texto, planilha eletrônica ou a internet para pesquisas, por exemplo.
Mais detalhes
Como já foi dito, o fato de como um teclado é montado é que faz com que eles não sejam capazes de interpretar algumas teclas em um comando. Detalhando um pouco mais, os modelos mais comuns adotam uma folha plástica com tinta prateada, montando uma grade de colunas e linhas com fios, em um estado “inativo” sob as teclas.Toda vez que uma tecla é pressionada, faz com que uma daquelas conexões de fios se torne “ativa”, enviando também a sua localização (linha e coluna). Dessa forma, quando apenas uma tecla é apertada, o teclado emite o posicionamento exato dela, pois apenas um ponto de contato foi efetuado (um fio na linha e apenas um na coluna).
Ao pressionar duas teclas simultaneamente, se elas estiverem em linhas e colunas diferentes, o teclado examina os pontos e fios envolvidos na conexão. Quando tanto as linhas quanto as colunas são diferentes, há dois fios de coluna com um fio em linha para cada um deles. Isso também é facilmente interpretado, não resultando em problemas de identificação.
A pressão de duas teclas na mesma coluna, mas em linhas diferentes também é feita com precisão: há a leitura de ativação de dois fios correspondentes a linhas distintas na mesma coluna. O mesmo ocorre para o caso de as duas teclas estarem na mesma linha, mas em duas colunas separadas.
Seguindo a mesma regra, mais do que duas teclas na mesma linha ou na mesma coluna (necessariamente compartilhando apenas uma linha ou uma coluna) também possuem uma padrão único de toque. Essa forma “colinear” como é chamada, não cria problemas de identificação de posicionamento.
Fonte da imagem: Microsoft
O problema começa quando há três (ou mais) teclas envolvidas. E a situação é um pouco mais específica ainda. Por exemplo, quando três teclas compartilham duas linhas e colunas (pense em um L), ao menos cinco combinações de teclas poderiam ser interpretadas da mesma forma. Isso ocorre porque um teclado “comum” faz apenas a checagem de ligação entre uma coluna e uma linha.
Fonte da imagem: Microsoft
Quando isso ocorre, o padrão se torna ambíguo e o teclado para de enviar os comandos pressionados para evitar que seja informado o pressionamento de teclas erradas. Se isso já é difícil, imagine se o teclado precisar interpretar mais do que um desses comandos feitos ao mesmo tempo!
Há solução para o problema?
Quando o problema tem o hardware como origem, a melhor maneira de resolvê-lo é adquirindo um teclado com o famoso “Anti-Ghosting”. Esse tipo de dispositivo é fabricado de forma a conseguir interpretar corretamente os comandos pressionados pelo usuário. Eles variam entre uma precisão de 5 a 26 teclas.Se você buscar por teclados com esta tecnologia, certamente vai encontrar o Razer Arctosa, Razer Lycosa,
Razer Tarantula, Microsoft Sidewinder, Steelseries 7G e Steelseries 6GV2, entre vários outros. Mas atenção! Vale lembrar que um produto ser especificado como “Anti-Ghosting” não garante que ele o seja!
Procure sempre conhecer a opinião de outros usuários e verificar com cautela as informações fornecidas pelo fabricante.