Brasileiro recorre à Justiça após foto íntima ser publicada no app Secret
O aplicativo Secret está disponível para donos de smartphones com iOS ou Android há alguns meses e nesse tempo muitas polêmicas já se originaram no app de segredos anônimos, como é de se esperar (mencionamos algumas delas aqui). No Brasil, o caso mais recente é de Bruno Machado, de 25 anos, que resolveu entrar na Justiça após ter uma foto íntima e frases ofensivas sobre ele divulgadas no aplicativo.
De acordo com ele, na semana passada alguns amigos o alertaram de que uma foto íntima estava circulando no app Secret. “Nunca havia usado o programa e me enviaram um print da imagem. A foto informava meu nome completo e o local onde trabalho, certamente para que eu pudesse ser identificado”, comentou ele em uma entrevista por telefone realizada pelo UOL. Após receber o aviso dos amigos, Machado fez um post no Facebook avisando que tomaria as medidas legais cabíveis.
Logo após o anúncio, surgiram novas mensagens no Secret que ironizaram o texto de Bruno Machado, além de difamar e caluniar os seus amigos. “Postaram diversas coisas que me ofenderam e me deixaram abismado”, comentou ele. Como os dados do Secret são vinculados entre pessoas que possuem amigos em comum (mesmo que não sejam identificados), muitos conhecidos de Bruno Machado receberam as notificações com a foto íntima e as mensagens ofensivas.
Existem meios de encontrar o autor das mensagens?
Apesar de o aplicativo prometer o anonimato de seus usuários, ele exige um número de telefone para o usuário se cadastrar, um e-mail ou o acesso ao perfil do Facebook – e é com essas informações que Bruno pretende encontrar o agressor virtual. “Em um primeiro momento, fiquei constrangido. Então eu quis saber como isso aconteceu: a foto estava armazenada no meu celular e computador, mas nunca compartilhei com ninguém”, afirmou ele.Bruno disse que o seu caso pode criar um debate na sociedade sobre o uso da internet, que é feito de forma inconsequente, apesar de todas as atitudes trazerem consequências às pessoas que as fazem. Machado já procurou uma advogada que pediu a remoção do aplicativo das lojas de apps do Brasil. Futuramente, a vítima disse que vai querer a identificação do responsável para então processá-lo e pedir por uma indenização.
Inclusive, os amigos que foram alvos das mensagens cogitaram uma ação coletiva, porém desistiram para não se exporem também. “Algumas pessoas chegaram a dizer que estou me expondo demais, me aconselharam a deixar para lá que esqueceriam. Mas, se não dermos a cara para bater, esse tipo de crime pode ficar recorrente. Os responsáveis acharam que podem fazer o que quiserem, pois não vai acontecer nada. Eu não quero isso”, disse Bruno.